De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado, de janeiro a setembro deste ano já foram confirmados 195 casos de leishmaniose visceral em 52 municípios, com 11 óbitos. Só no Hospital São José, 95 pacientes foram internados este ano por causa da doença

 

Febre alta em dias alternados e baço aumentado. Apenas dois meses depois do aparecimento dos sintomas é que a dona-de-casa Marlene Vieira, que mora em Tianguá, descobriu que Leonardo, 5 anos, tinha leishmaniose visceral (LV). O menino está internado há 18 dias no Hospital São José (HSJ). Mateus, 5 anos, que mora no bairro Panamericano, em Fortaleza, também teve o mesmo diagnóstico e ainda continua no São José. A doença, causada por um parasita transmitido pelo mosquito flebótomo, quando não é tratada adequadamente pode causar a morte. Ontem, seis pacientes estavam internados no HSJ em conseqüência da doença, dos quais três crianças.

 

Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), de janeiro até o último dia 29, foram confirmados 195 casos de LV em 56 municípios cearenses com 11 óbitos. Durante todo o ano de 2007, foram 656 casos. Em Fortaleza, são 113 casos e sete mortes de janeiro a 29 de setembro deste ano, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). No mesmo período de 2007, foram 204 casos de calazar humano com 13 mortes. O filho de Regina Márcia, Breno, 14, que mora na Barra do Ceará, está com a doença. "Ele estava muito cansado, pálido". O adolescente está há sete dias no HSJ. A dona-de-casa observa que na área onde mora tem muito cão no meio da rua. Segundo ela, o animal que tem casa foi examinado, mas ainda não soube do resultado.

 

O diretor do HSJ, Anastácio Queiroz, observa que estudos mostram que apenas 12% dos infectados adoecem. As pessoas desnutridas são as mais suscetíveis a desenvolver a doença. "Eventualmente, uma pessoa bem nutrida tem leishmaniose." Ele acrescenta que este ano 95 pessoas foram internadas na unidade para tratar a doença e seis morreram. Queiroz diz que é preciso fazer o controle dos cães, tratar precocemente os doentes a fim de barrar a transmissão.

 

Quando a pessoa é picada pelo mosquito infectado, os parasitas entram nas células de defesa do organismo do indivíduo, multiplicando-se na medula óssea, por isso causa anemia. Além disso, atinge o baço, fígado, que ficam com o tamanho aumentado. Como no início os sintomas podem ser semelhante a outras doenças, o médico alerta que, quadro de febre por mais de duas semanas sem diagnóstico definido deve ter investigação diferencial como LV. "Quanto mais cedo a doença for descoberta e tratada, menor risco de agravamento."

 

Bergson Moura, do Programa de Calazar da Sesa, explica que o cão é o principal foco de infecção. Porém, a doença pode ser transmitida do animal para o homem e do homem para o animal. Isso porque o indivíduo infectado ao ser picado pelo mosquito mantém a cadeia de transmissão.

 

FIQUE POR DENTRO

 

A leishmaniose é uma doença causada por um parasita transmitido pelo mosquito. O cão é o principal reservatório na cadeia de transmissão da doença tanto no tipo visceral como cutânea (feridas na pele).

 

A doença não é transmitida de uma pessoa doente para outra saudável.

 

Se não for tratada adequadamente, pode matar.

 

O mosquito pica um cão sadio que se contamina. No organismo do cão, a leishmania (protozoário) se desenvolve. Então um mosquito pica este cão e se picar outro animal ou uma pessoa pode contaminá-la.

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