A Pharmacia Daudet é a mais antiga da região do Cariri. Ela, que fica em Jardim, foi inaugurada em 1897. A família Gondim faz hoje questão de preservá-la

A farmácia é a mais antiga da região. Quem garante é a proprietária, dona Rivanda Sampaio Gondim, 75 anos. Foi o seu sogro, José Gondim, quem inaugurou a Pharmacia Daudet há 111 anos no centro da cidade de Jardim, no Cariri, a 579 quilômetros de Fortaleza. No fim do século XIX, seu José era considerado o médico do município. Muitos iam procurá-lo da zona rural vindos de cidades vizinhas e até de outros estados.

A Pharmacia Daudet não atualizou o nome na placa (continua com PH) e nem mudou a fachada do prédio. Continua o mesmo estilo de quando foi fundada em 1897 e conserva até alguns armários antigos e objetos como balanças, aparelho radiofônico nas primeiras décadas do século XIX. "O seu José Gondim era médico, enfermeiro e farmacêutico. Não tinha um profissional na cidade que atendesse aos mais carentes, aos agricultores, às famílias do interior", diz Rivanda Gondim.

Ela recorda que o marido, Lourival, que morreu no ano passado, trabalhava com o pai desde menino e foi aprendendo sobre remédios como curar doenças corriqueiras. "Meu marido fez o curso de Farmácia e deu continuidade à missão do meu sogro". Continuou a mesma clientela: pessoas humildes e pobres, que não tinham dinheiro para ir consultar um médico na cidade grande ou que já estavam acostumadas com o fundador da farmácia.

"Aqui no Jardim só tinha essa farmácia, por isso o Lourival fez questão de preservar seguindo os mesmos ensinamentos do pai com mais conhecimentos porque ele estudou para ser farmacêutico. Seu José tinha a prática", diz Rivanda. Na Pharmacia Daudet, ela continua vendendo os remédios naturais, mas diversificou o comércio e vende até outros produtos, como sandálias de borracha (tipo havaiana), e de higiene.

Ela diz que o prédio da antiga farmácia, por ser no centro da cidade, é um dos pontos turísticos de Jardim. Muitos entram para conhecer o prédio "e isso chama a clientela que sempre compra alguma coisa. Queremos que esse comércio nunca deixe de funcionar, que continue a tradição da família Gondim", conclui Rivanda.

Rita Célia Faheina, colaborou Amaury Alencar, O Povo,  09/02/2008

 

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