Para quem já achava complicado determinar quais são os bairros da capital cearense, pode-se preparar por que agora há mais dois: o Manuel Dias Branco e o Conjunto Palmeiras. Neste último mês, por meio de decretos legislativos, Fortaleza passou de 116 para 118 bairros, divididos entre as seis Secretarias Executivas Regionais (SERs).

Promulgada em dezembro do ano passado, a revisão da Lei Orgânica do Município (LOM) prevê a criação de logadouros e bairros através de decretos legislativos.

No caso, eles podem ser propostos por vereadores como foi o caso do Manuel Dias Branco, de autoria do vereador Marcílio Gomes (PSL), e do Conjunto Palmeiras, de autoria do vereador Guilherme Sampaio (PT).

A criação do bairro Manuel Dias Branco foi promulgada no dia 4 do mês passado. Ele se localiza na zona administrativa da Secretaria Executiva Regional (SER) II.

Já a bairro Conjunto Palmeiras foi promulgado no dia 31 do mês passado. Existente há 34 anos, o conjunto era ligado ao Grande Jangurussu. De acordo com Benevaldo Vieira Chaves, do Movimento Unificado pela Paz no Conjunto Palmeiras, o reconhecimento da região como bairro é relevante para a identidade da população residente no local.

“Vamos, às vezes, para uma loja e quando a vendedora pergunta ao bairro a gente diz Grande Jangurussu, embora, na verdade, moremos no Palmeiras. Fica sem identidade”.

Perfil de Fortaleza

Os dois novos bairros da Capital, juntam-se aos demais 116, que possui o Mondubim como o mais populoso, conforme o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) de 2000. Os dados indicam que, no último censo, cerca de 80.303 pessoas viviam em 1.605,1 hectares.

O Mondubim é seguido pela Barra do Ceará, com uma população total de 69.317 milhões, distribuídas entre a área de 385,6 hectares, e, ainda, pelo Grande Jangurussu, do qual o Conjunto Palmeiras se desligou, com 63.401 milhões moradores, em uma área de 1.558,2 mil.

Em relação ao menos populosos, o IBGE apontou os bairros Pedras, Dunas e Dendê. No bairro Pedras, a população total era de 1.576 mil, no Dunas, era de 1.594 mil e no Dendê 2.120 milhões.

Segundo o IBGE, em 2000 a renda per capita de chefes de família, por sua vez, era maior no bairro Meireles. Neles, a renda em reais era de R$ 4.289,36, provenientes de 8.319 famílias. Por outro lado, o bairro de menor renda foi o Parque Presidente Vargas com R$ 269,63 de 954 famílias.

FIQUE POR DENTRO - O Conjunto Palmeiras completou 34 anos

O Conjunto conhecido como Palmeiras foi inaugurado em 1973 no Governo Estadual de Virgílio Távora. No local, antes existia uma grande fazenda. Na época, o então governo desapropriou o terreno para vender aos que moravam perto do centro da cidade. Isso porque a especulação mobiliária valorizava aquele espaço no momento.

Em 1974 foram iniciados os despejos das favelas para a implementação do chamado Conjunto Palmeiras. As primeiras comunidades a serem despejadas foram: Arraial Moura Brasil, Morro das Placas, Pirambu, Verdes Mares, Lagamar, Mucuripe, Titãzinho e todos que se encontravam alojados no Estádio Presidente Vargas. A área abriga uma vida econômica própria e exemplo de autonomia é o Banco Palmas, uma experiência de micro crédito reconhecida internacionalmente.

Janine Maia

Repórter

 

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