Região Norte é a que tem menos Pontos de Cultura
27 nov. 2006
ENCONTRO REGIONAL
Dos 462 Pontos de Cultura que existem no país, apenas 26 estão na região Norte. A informação foi dada nesta segunda pelo coordenador regional do programa, Jader Gama, durante a
abertura do 3º Encontro Regional de Conhecimentos Livres.
"É a região onde mais houve encontros, mas onde há menos Pontos de Cultura", comentou a educadora Roberta Scatolini, do Instituto Paulo Freire, parceiro do Ministério da Cultura no programa
Cultura Viva, cuja principal ação são os Pontos. Por meio deles, organizações da sociedade civil recebem do governo financiamento (R$ 20 mil), uma antena de internet via satélite e um kit de
mídia para atuarem em rede e inserirem ferramentas digitais ao seu trabalho.
“Na Amazônia, a troca de conhecimentos, áudio e vídeo pela internet é importantíssima, porque ajuda a vencer as dificuldades de locomoção”, avaliou Scatolini.
O coordenador nacional das Oficinas Regionais de Cultura Digital, Leonardo Germani, afirmou que o equilíbrio regional foi um dos critérios de seleção das organizações gestoras dos Pontos de
Cultura. “Não é à toa que o Nordeste, não o Sudeste, é a região onde mais há Pontos de Cultura. Mas o Norte apresentou poucos projetos. Na Amazônia, as pessoas têm pouca informação sobre os
editais e dificuldades em concorrer”, lembrou Jader Gama.
“Quando se está no centro dos acontecimentos, é mais fácil competir. É como uma prova: quando a gente conhece o professor, já sabe o que ele vai exigir”, comparou Joelma Almeida da Silva,
representante do grupo A Bruxa Tá Solta, que está implantando um Ponto de Cultura em Roiranópolis (RR). A Associação de Quadrilhas Juninas (Aquaju), com sede em Boa Vista (RR), também foi
selecionada para ser parceira do programa no ano passado. “Para elaborar o projeto, tivemos de contar com apoio de uma empresa de consultoria”, contou Joel Rodrigues da Silva, membro da
Aquaju.
O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas, Bepi Sarto, declarou que pretende tomar para si o desafio de aumentar a quantidade de Pontos de
Cultura na região Norte: “Nesta semana, vou a Brasília saber mais sobre os projetos de novos editais, sobre as exigências para as entidades concorrem. Como aqui não houve uma mobilização
espontânea da sociedade civil, vai ser preciso institucionalizar esse processo, motivar e informar as organizações sobre o programa”.
Agência Brasil